

Numa certa vez em conversa com um amigo, que nunca vi em pessoa, esclarecemos por telefone um bicho de sete cabeças, na minha cabeça, em segundos. Ficou a voz agradável e o sorriso nos lábios de tudo esclarecido com todas as palavras. Foi educado e deu-me a sensação de afinal não ser uma pessoa complicada, não teve reservas em tranquilizar-me e inclusive deu-me alento para um dia fazer-mos um projecto em conjunto.
O tempo passou e a nossa relação resumia-se a trocas de palavras cibernautas. Por vezes ficava com a sensação de ser uma pessoa com fortes convicções e inabalável no rumo que queria das coisas, da vida, da família, dos amigos.
Combinámos uma vez encontrar-nos no Guincho para um passeio de mota,cada um na sua, para trocarmos ideias e desfrutar de um passeio à beira mar. Não tivemos oportunidade por causa dos seus compromissos familiares e adiou-se para outra altura e com menos vento.
Certa vez encontrei-me com pessoal para spinar no Estoril e lá estava o carro dele. Fui para o pesqueiro com a malta e com a expectativa do o conhecer finalmente em pessoa.
Eu fui para Sul e ele estava a Norte. Entretanto ele foi embora antes de termos terminado a grade.
Bolas...será que me anda a evitar??.
O tempo passou e fiz questão mental para o ir conhecer em pessoa no dia 25 de Abril ao Magoito numa prova organizada pelas suas convicções. Eu iria aparecer e agora não me escapava.
Mais uma vez a vida ensinou-me uma grande lição.
Se quiseres fazer um amigo fá-lo hoje, amanhã pode ser tarde demais.
Fiquei chocado,triste e com uma sensação de vazio com a passagem do Luís Vicêncio para o Mar da Tranquilidade. Tão cedo e ainda por cima com desencontros tão estúpidos.
Tenho a certeza que nos iremos ver um dia pescando lado-a-lado nesse mar de Paz.
Ao Luís Vicêncio o meu obrigado por me ter ensinado que na vida os amigos não se adiam, que as convicções são a nossa base humana e que a força de vencer não é uma coisa de sorte.
As minhas condolências à família e amigos chegados.
Paz à tua Alma Luís
Um abraço
Nuno
1 comentário:
Olá Nuno,
O Luís era assim como o descreves.
Mas também era sereno, de uma generosidade extrema, amigo, companheiro, um Homem de convicções, de projectos e de valores, pragmático, calmo, leal...e muito mais que a emoção da sua inusitada partida me tolhe o discernimento.
Deus quis tê-lo consigo e privar-nos da sua companhia. Ele lá saberá porquê.
Abraço
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